AGROPECUÁRIA MAJUARA
Ventania/PR - Itapetininga/SP
Mercado de resinas cresce no Brasil e pode ser alternativa rentável a pequenos produtores
País já é o segundo maior produtor do mundo, atrás apenas da China.
Extraída da árvore de pinus vem mostrando ser uma ótima oportunidade ao produtor. Os preços estão em alta e a demanda vem crescendo.
Reportagem do Canal Rural, de 2014, mostra a importância do produto para a diversificação da produção rural.
https://www.canalrural.com.br/noticias/mercado-resina-cresce-brasil-pode-ser-alternativa-rentavel-pequenos-produtores-7504/
Em Guarei, interior de São Paulo, está localizada uma das maiores florestas de pinus do Brasil. Na área estão plantadas cerca de mil árvores por hectare, mas o objetivo da fazenda não é a exploração da madeira ou da celulose. O foco é a produção de resina.
No viveiro, as mudas de pinus eliot, considerada a espécie mais produtiva, são cultivadas durante 180 dias. Depois, são replantadas no campo, onde ficam por oito anos até começar a produzir.
– No início, tem o preparo de solo, plantio, formação da floresta, com oito anos começa a resinagem, dos oito aos 18 anos se faz exploração da resina e após estes 18 anos faz corte raso da árvore e comercialização da madeira – explica o engenheiro florestal Gustavo Dobner. O investimento é de longo prazo, mas a promessa é de boa rentabilidade. A resina tem um grande potencial, porque não existe estoque. Se você correr do Rio Grande do Sul até Minas, não tem estoque… É um produto com procura alta no mercado internacional.
Segundo ele, de uns 40 anos pra cá é que o país passou a produzir resina, entre as décadas de 1970 e 1980. Até então, o Brasil importava o breu, o derivado sólido da resina. Como o preço da China vem se mantendo alto para os produtos, a resina tem estado com preço bom aqui também.
Outro ponto favorável é que depois que começa a produzir, a colheita é constante, quase os 12 meses do ano. A estria – que é o corte no caule das árvores, onde é aplicada a pasta estimulante e drenada a resina – é repetida a cada 10 dias. Cada lado das árvores tem média de exploração de cinco anos. Os homens sangram a árvore e as mulheres entram em campo para colher a resina produzida.
Depois da coleta, o material segue para contêineres, que vão para a indústria de beneficiamento, onde é refinada e transformada em dois derivados.
Aqui no Brasil, o derivado é chamado de breu, e no mercado internacional é chamado de coloformia, que é uma parte sólida. Ele é destilado, vem para os tambores, onde fica mais ou menos umas 12 horas, e torna-se sólido. Outra parte, a parte líquida, é a trebentina. Esses dois servem para uma série de coisas que a gente usa todo dia, na parte de cosmético, na parte de desinfetante, na parte de tintas, nas ceras depilatórias, nos pneus dos carros, no papel, no chiclete. Só eu, conheço umas 220 aplicações desse material – conta o diretor da empresa de beneficiamento, Abel Santos Ferreira Mendes.
O mercado de resina é relativamente pequeno no Brasil. São cerca de 100 produtores, mas o país já é o segundo maior produtor depois da China, que lidera este mercado. Este ano, a produção brasileira deve chegar a 125 mil toneladas, cerca de 20% de crescimento se comparada à produção de 2013. E o principal destino é a exportação.
– Nossos compradores são Alemanha, Portugal, França, uma parte para os Estados Unidos, também chega um pouco para Índia. Esses tambores vão para o mercado externo. Para o mercado interno, a gente vende a parte líquida, ou em saco de 25kg – diz Santos.
Uma ótima oportunidade de investimento para pequenos produtores, que podem manter o pinus em consórcio com outras atividades produtivas.